segunda-feira, 31 de maio de 2021

Que País É Esse?

 Foto: Em meio a ordenados astronômicos a miséria campeia na foto da Revista ISTOÉ  e Pixabay

O conflito diplomático envolvendo o Brasil e a França que ficou conhecido como Guerra da Lagosta em 1962, dizem que Charles de Gaulle teria dito que “O Brasil não é um país sério.” Continua não sendo. O diplomata brasileiro Carlos Alves de Souza Filho, tentou dizer que a autoria da frase, teria sido sua para amenizar o conflito. Não deu certo.                                                                        

Em passado recente Cazuza, gravou a música: “Que país é esse?”. Rosecler Abreu esclareceu que essa música, “poucos sabem, foi escrita em 1978 (durante a ditadura), porém só foi gravada em 1987 com a Legião Urbana. Hoje, em pleno 2021, pergunto: “Que país é esse que vira piada no exterior”. Giseliariel Miranda, “esse parece até nosso hino nacional. Que irônico!”. “Nas favelas do senado/Sujeira para todo lado/Ninguém respeita a Constituição/Mas todos acreditam no futuro da nação/ Que país é esse.  No Amazonas no Araguaia/ Na baixada fluminense/ Em Mato Grosso e nas gerais/ E no Nordeste tudo em paz/ Que país é esse. Na morte eu descanso/ Mas o sangue anda solto/ Manchando os papéis/ Documentos fiéis/ Ao descanso do patrão/ Que país é esse. Terceiro mundo”.  Mais o Brasil independe da sujeira, continuará crescendo limpando os que se locupletam das posições de vantagens que ocupam.                                                                                         

O Brasil tem solo fértil e sol o ano todo, clima favorável para o agronegócio, salvo algumas estiagens. Safra, safrinha e entressafra apoiadas por tecnologias agronômicas de sucesso alavancam este segmento. A Europa tem procurado a autossuficiência na produção de alimentos, diminuindo a dependência do continente. No entanto, temperaturas extremas sempre interferem de acordo com o Serviço de Mudança Climática do Copernicus.                            

O Brasil está entre os onze maiores produtores de alimentos do mundo segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) perdendo apenas para os Estados Unidos e a China. Mesmo assim, existe fome em ambos os países.               

Quanto à saúde, está em voga citar o SUS, Sistema Único de Saúde, que poucos países privilegiam. Com tudo, a população carente pena nas longas filas e difícil atendimento. Na política a “ilha da fantasia da Câmara “autoriza, aumento de 170 % para auxílio a saúde. Enquanto isso, educação, ciência e cultura penam em suas salas de aula.

Alguns políticos se apropriaram da Covide-19 para voltar à mídia mais não divulgam que 60.000.000 de brasileiros, já foram imunizados deixando o Brasil em quarto lugar no processo de vacinação, só perdendo para os EUA, China e Índia.

No dia 21 de maio passado, um médico entrevistado, esclareceu que as vacinas não têm imunidade de 100%, apesar da importância do processo. Outro fato inédito para mim é a diminuição da eficácia à proporção que envelhecemos.

Que país é esse, que você tem que levar uma pessoa para fotografar o momento da vacina para assegurar a validade do ato de vacinação.

Que pais é esse com uma Carta Constitucional assegurando em seu artigo 2º os três poderes, mas também posteriormente define composições, funções e prerrogativas. “São poderes da união, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. “A separação dos poderes, portanto, é uma forma de descentralizar o poder e evitar abusos”. (Separar os poderes?).

Por fim, já pensamos nas eleições de 2022. Existe uma constante preocupação em retrocesso político se os brasileiros não encontrarem uma terceira opção de voto. A busca pelo candidato honesto que volte a dignificar o cargo, que faça respeitarem o poder Executivo, que pense no povo e não na politicagem constante e individual que muitos tentam se aproveitar.

Viva o Brasil, só Deus para nos indicar o caminho.

                                                                     

                                                                            

 

          

sábado, 15 de maio de 2021

quarta-feira, 12 de maio de 2021

Gil Mário e sua contribuição vanguardista



O artista plástico Gil Mário (na foto de Ribeiro Rvd, com Ligia Motta), que completa 45 anos de artes visuais, expôs "Florestabilidade" na Galeria Jenner Augusto, em Aracaju, Sergipe, entre maio e junho de 2014, com curadoria de Lígia Motta.

No programa distribuído no vernissage consta o artigo "A Arte do Sertão", assinado por Dimas Oliveira e Thatiana Miloso, originalmente publicado na revista "Estilo Damha", edição de agosto e setembro de 2013. A revista é editada em São Paulo e de circulação nacional - 20 mil exemplares auditados - dirigida.

A Arte do Sertão

Feira de Santana se rende às linhas e cores de Gil Mário, artista plástico que levou sua arte às ruas da cidade Caminhar pelas ruas de Feira de Santana (BA) pode revelar surpresas que vão além das percepções habituais provocadas pelos grandes centros urbanos. A cidade, que é a maior do interior nordestino em população, tem tudo o que se espera de um município com pouco mais de meio milhão de habitantes: arranha-céus, vida noturna agitada, universidades importantes, indústrias e comércio pujante. Mas a "Princesa do Sertão", como é carinhosamente chamada por seus moradores, também surpreende por sua vocação para a arte, estampada em cores, linhas e formas que embelezam a paisagem do semiárido baiano. Um dos que contribuem para esse ar vanguardista de Feira de Santana é Gil Mário, artista plástico nascido em Salvador que há mais de 50 anos se dedica à profissão. Suas telas e esculturas carregadas de manifestações surrealistas, e famosas por expressarem sua paixão pela flora e fauna do semiárido nordestino, tornaram-se objetos de desejo dos cidadãos feirenses aficionados por arte. Mas sua obra não se restringiu às barreiras físicas comuns da produção artística. Presença garantida em casas, prédios e galerias da cidade, o trabalho de Gil atingiu uma nova dimensão ao extrapolar os espaços internos para ganhar as ruas da cidade. Os que circulam pela Avenida Presidente Dutra sabem bem o que isso significa. Sobre a rotatória da Praça Jackson do Amaury, na região central de Feira de Santana, um enorme monumento projetado pelo artista confere um pós-modernismo à paisagem, mesclando o design futurista da estrutura metálica à opulência do concreto armado. Representando, respectivamente, a carroceria e a cabine de um caminhão, as duas peças se integram para formar o "Monumento ao Caminhoneiro", obra construída em 2007 para homenagear os milhares de motoristas que cruzam as estradas baianas levando o progresso para o Estado e para o Brasil. A poucos quilômetros dali, novamente a paisagem semiárida é ofuscada pela arte. Desta vez, uma escultura em homenagem à poetisa Georgina Erismann salta aos olhos de quem circula pela Avenida João Durval Carneiro. Na forma de duas asas alçando voo, a obra expressa a liberdade criativa da célebre poetisa feirense, no momento da criação do hino de Feira de Santana. A autoria da obra? Gil Mário, que prefere atribuir à cidade o mérito pela devoção à arte: "Feira de Santana ainda tem rasgos de memória e retribui aos seus benfeitores, dando exemplo para as futuras gerações". Palavras humildes, para quem tem talento de sobra.


Por Dimas Oliveira, jornalista e crítico de arte

Publicado no facebook em 03/05/2021