sexta-feira, 8 de maio de 2020

Feira de Santana, clima e pandemia em 2020


Foto: Máscara do século XIV para proteção da peste Bubônica

Feira de Santana é, sem duvida, uma grande cidade. Suas largas e pujantes avenidas dividem a cidade promovendo entendimento de trajetória: Avenida Getúlio Vargas e Presidente Dutra que são cortadas pela Avenida Senhor dos Passos e Avenida Maria Quitéria.
Ruy Barbosa apelidou Feira de Princesa do Sertão. Na realidade é o Portal do Sertão. Bem sucedida no comércio, chega a ser a 33ª ou 34ª maior do país. Apaixonando seus moradores, sua temperatura ultrapassa com facilidade os 22°C e beira os 38°C com frequência. No entanto, a progressão do clima que tanto preocupa governos e cientistas no mundo todo com aumento de frequência de terremotos, furacões, temporais, emanações toxicas como o carbono, vulcões e tsunamis entre outras reações da natureza, passam ao largo de nossa cidade e seguem para outros rincões.
Segundo David Wallace-Well, autor do livro “A terra inabitável” revela que o serviço de Levantamento Geológico dos Estados Unidos – longe de ser um reduto de alarmismo, testou recentemente um cenário climático extremo, onde tempestades de inverno atingiram a Califórnia produzindo inundações de quinhentos quilômetros de extensão e mais de trinta quilômetros de largura.
Em 2016, o celebre acordo climático de Paris, conclamou pelas nações do mundo para não permitirem que o clima atinja os 2°C. A raça humana corre o risco de extinção por ações predatórias – agressões à natureza conhecidas por ecologistas e cientistas.
Pesquisadores falam da existência de vírus pré-históricos retidos nas calotas polares. O degelo pode liberar uma tragédia e nem sempre descobrimos sua origem. Em 2018, Paul M. Romer ganhou o Prêmio Nobel compartilhado com William D. Nordhaus que foi pioneiro no estudo do impacto econômico da mudança climática. O sofrimento da humanidade estava previsto em decorrência do clima ou dos desconhecidos vírus.
Ninguém previu um desastre econômico e humano tão destruidor causado por agentes invisíveis – coronavírus – Covid 19 – de nível global só comparado com a peste Bubônica, mesmo considerando a evolução dos tempos.
No século XIV, entre 1346 e 1353 a peste Negra ou peste Bubônica devastou um terço da população do planeta. Só na Europa 60% da população morreu.  Dizem que veio dos genoveses, depois da guerra com os mongóis, viajando nos ratos e pulgas. Entre outras, a gripe Espanhola, Ebola com histórico semelhante quanto ao desconhecimento do controle. Agora em 2020, a pandemia do novo coronavirus - Covid 19, que não tem nenhum estudo recente de combate, com reposta cientifica comprovada.
Como é uma guerra global onde o inimigo comum é o vírus Covid 19, as nações não se digladiam entre si. Todos unidos em busca das drogas ou vacina que barrem este desastre. Entre as respostas no fundo do túnel a hidroxicloroquina ou associada com azitromicina tem tido resposta favorável (sem confirmação cientifica).
A circulação de vírus entre continentes, hoje facilitado pelo transporte aéreo é conhecido por todos. Na antiguidade muito mais lenta, navegadores portugueses espalharam as gripes e varíola para os indígenas, em troca os índios devolveram para a Europa, à sífilis (bactéria Treponema pallidum). Artistas da época como Gauguin, Vincent van Goghe foram contaminados e Manet faleceu.
A pandemia do Covid 19 também acometeu a politica de estados brasileiros, que não tinham visibilidade nacional e se aproveitaram para praticar os hábitos de ditadura, autorizando ate a guarda municipal de prender civis em áreas públicas. Uma verdadeira manifestação de prepotência, esquecendo o objetivo global. Até o Papa Francisco pediu que os políticos esquecessem seus partidos e pensasse no povo.
Por tanto epidemias devastadoras sempre perseguiram a humanidade de tempos em tempos. Além das pandemias, McPherson supõe que algo como uma crise de alimentos ou colapso financeiro destruirá a civilização primeiro, e no fim, o pânico. Com tudo, ajudado por Deus, o homem sempre dá a volta por cima.
Gil Mário
Artista Visual
Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana