sexta-feira, 26 de abril de 2013

Mário Cravo Jr. na Paulo Darzé
 
Foto: Escultura em madeira de Mário Cravo Jr, a exemplo das famosas Carrancas do São Francisco
 

Foto: Pintura sobre tela de Gil Mário, inspirada no trabalho de Mario Cravo (acervo da CDL de Feira de Santana.)
 
Um ícone das décadas de 40 e 50, referência para artistas visuais dos períodos de 1960 e 1970, Mario Cravo Jr. da excepcional escultura de Antônio Conselheiro plantada no jardim frontal do grande Teatro Castro Alves e o Monumento à Cidade da Bahia, localizado na cidade baixa, próximo ao Elevador Lacerda, um cartão postal da cidade.

Conhecido internacionalmente, Mario Cravo chega aos 90 anos como o maior expoente da Modernidade baiana. A Galeria Paulo Darzé, ao abrir nesta sexta-feira, dia 26, a exposição de obras recentes do artista, demonstra respeito e experiência estética pela história recente da terra.

Ao contrario dos colegas modernistas que fixaram sua criatividade prioritariamente na pintura de cavalete, Cravo procurou incessantemente por novos materiais e conceitos. Esta vitalidade e ímpeto constante, transforma sua pesquisa em arte contemporânea rompendo com o modernismo dos anos 40 e projeta sua produção artística além dos anos de 2013.

Na Paulo Darzé vão encontrar uma grande diversidade de materiais na composição das obras, assim como ferro, cobre, madeira, latão, aço inox e pedra grafite. “A cada novo elemento desafio, parece ser este o lema ao ver os trabalhos que estão expostos nesta mostra que a Paulo Darzé Galeria de Arte realiza em homenagem aos seus 90 anos, e, também na história da arte brasileira, um dos pioneiros da arte moderna na Bahia e um dos grandes artistas do século 20”.

Mario Cravo nasceu em Salvador, Bahia, filho de Mario da Silva Cravo e Marina Jorge Cravo, prósperos fazendeiros e comerciantes, o que permitiu tranquilidade e possibilidades para conhecer o mundo das artes visuais. Em 1948 manteve atelier em Nova York. De volta a Salvador faz parte do grupo de jovens artistas, como Carlos Bastos, Genaro de Carvalho, Carybé, Jenner Augusto e Ruben Valentin. Entre 1980 e 1983 constrói o “Cristo Crucificado” de 15 metros de altura e 12 metros de largura para a cidade de Vitória da Conquista e no mesmo ano expõe em Zurique na Suíça.

Além dos artistas citados do início da carreira de Cravo, incluiria os ilustradores de Jorge Amado: Floriano Teixeira (um dos maiores desenhistas já aportados na Bahia), Calazans Neto e Sante Scaldaferri.

Aproveito este espaço para demonstrar a influência de Mário Cravo no meu trabalho em determinado período. A exemplo da escultura do artista em madeira, que ilustra esta coluna, serviu de partida para elaboração do quadro de minha autoria “Carrancas do São Francisco”, hoje no acervo da CDL – Câmara dos Dirigentes Lojistas de Feira de Santana.

Os interessados em comprovar a qualidade dos trabalhos de Mario Cravo, não pode desprezar esta oportunidade, até 25 de maio de 2013, na Paulo Darzé Galeria de Arte.