domingo, 7 de fevereiro de 2010

O ELOGIO DA NATUREZA



Gil Mário faz da sua identificação com a natureza a fonte primária da sua arte. Mais do que o conhecimento adquirido na observação, o que passa para a tela em sombras e cores, luz e movimento, tem a ver com amor e devoção, ao motivo que elegeu.
Vê a natureza com seu olhar de pintor, seja nas formas mais explícitas do seu figurativo meio cubista anterior, de inesquecíveis pássaros em vôo, alvos, as asas abertas confundindo-se com lençóis ao vento, postura, movimento, pés, olhos, bicos, tudo exato como na natureza. Ou seja, nessa fase atual em que a síntese prevalece e só a lógica plástica ordena a desconstrução dos elementos. O que se revela claro é ainda o seu sertão, o semi-árido, “a região mais fértil que pode haver e depois que chove, em 15 dias está toda florida e cheia de pássaros fantásticos”.
É como se uma presciência lhe desse o sentido exato dos motivos sem a necessidade de desenhá-los. A relação dialética entre os elementos plásticos: as linhas, as cores magistrais, as formas e os brancos na vegetação onde os pássaros se escondem, é atraente, equilibrada, assegurando a qualidade e preservando o encantamento da natureza nas plantas e pássaros do seu belíssimo semi-árido.

MATILDE MATOS (Salvador,2000)
ABCA - Associação Brasileira de Críticos de Arte
AICA - Associação Internacional de Críticos de Críticos de Arte


Um comentário:

  1. Hoje (05/11/2010) li na Tribuna da Bahia que o nosso querido artista doou uma tela de sua exposição Afrobaiana, Caixa Cultural (São Paulo), para a barraca Cheia de Graça - Brechó, da Feira da Fraternidade (Igreja da Vitória), em realização durante os dias 5,6 e 7/11. Parabéns pela sua iniciativa. (Adrião e Bárbara Borges)

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