
O globo terrestre, uma das cenas mais icônicas do cinema político. O grande ditador
Em
tempo de pandemia, os livros, a televisão e a cama são companhias constantes.
Com isto, o documentário comemorativo dos 74 anos do “Dia D”, a operação
Overlord em1944 que mudou os rumos da 2ª Grande Guerra Mundial, possibilitando
a invasão da Normandia na França, focalizou a miséria sofrida pelos jovens
soldados causando mais de 10.400 mortes nos aliados em meio a erros e enganos
estratégicos. Mesmo assim, um pontapé inicial para a derrota de Hitler
liderando a Alemanha Nazista.
As
batalhas na África do Norte Francesa causaram mais de 10.000 mortes, números
repetidos e banalizados por alguns analistas da guerra. Se não bastasse a
existência dos campos de concentração e extermínios dos Nazistas, matando
milhões de civis e prisioneiros.
Adolfo
Hitler promoveu o maior leque de racismo de todos os tempos: de judeus, ciganos,
negros, homossexuais, deficientes físicos, comunistas e tudo mais que não fosse
raça ariana. Por isso, “os arianos tinham o direito de escravizar as raças
inferiores”.
Suponho
que os piores anos da guerra foram entre 1941 e 1942 com 43.381 civis mortos e
50.856 feridos onde os submarinos de Herr Hitler varriam os Oceanos Pacifico e
Atlântico. Em Cingapura, 85 mil homens
foram aprisionados e em Tobruk mais de 33 mil aliados foram presos. No inicio
uma derrota atrás da outra.
Em
abril de 1945, Hitler recebeu a noticia da morte de Mussolini. O momento era
lugubremente apropriado. No dia 30,“ Hitler almoçou calmamente com sua gente e,
ao final da refeição, trocou aperto de mão com os presentes e se recolheu ao
seu quarto. As 15h30mim ouviu-se um tiro
e os membros de sua equipe pessoal entraram no quarto, encontrando-o caído no
sofá com um revolve ao lado. Matara-se com um tiro na boca.” -Memórias da Segunda Guerra Mundial de Winston
Churchill, (Vencedor do Prêmio Nobel de Literatura).
Não
só Hitler promoveu genocídios, flagelo humano, sofrimento, guerras e destruição
em massa principalmente de jovens e suas famílias: Mitos sem propósitos
humanistas, em busca da gloria pessoal como Napoleão Bonaparte, César Augusto,
Mussoline, Alexandre, e os mais sanguinários, Josef Stalin, Mao Zedong, Gengis
Khan, Hirohito, Leopoldo II etc. (AH aventuras na história, atrocidades e
crimes). Não analiso países, mais os líderes
criando ficções e envolvendo coletivos humanos para aventuras desastrosas.
Exemplifiquei
neste primeiro momento a miséria das guerras propiciando o deslocamento de 80
milhões de refugiados pelo globo, fugindo da escuridão de seus países de origem.
Agora falo sobre grandes heróis: homens que minimizaram o ódio do racismo
branco ou nego, religioso ou escravagista contra o apartheid na África do Sul
ou a liberdade da Índia.
“O
filho de José e de Maria nasceu como todos os filhos dos homens. Chorou porque
o fizeram chorar, e chorará por esse mesmo e único motivo”, disse José
Saramago.
As
raras atitudes humanas de “Minha não violência” só conheço em Gandhi, lutando
pela independência da Índia, do racismo da cor e das castas. Admirava Buda devido ao consequente amor
comprovado por todo tipo de vida e não meramente para com os seres humanos. Segundo
Jad Adams em “Ambição Nua.” Gandhi traduziu Satyagraha como “firmeza na
verdade”, seu lema politico e não “resistência passiva”, como muitos divulgam.
Dentre
estes, não podemos deixar de citar a saga de Nélson Mandela. Condenado a pena
de morte, depois revogado para 27 anos de prisão e libertado em 1990. Mandela:
“Dediquei minha vida à luta do povo africano. Lutei contra a dominação branca e
a dominação negra. Meu ideal é o de uma sociedade livre e democrática em que
todas as pessoas vivam em harmonia com iguais oportunidades”. Ele conseguiu
algum sucesso na África do Sul, mas o resto do mundo continua uma cocha de
retalhos com todas as cores se digladiando.
Os
homens sempre viveram na era da pós-verdade. “O Homo sapiens é uma espécie da
pós-verdade, cujo poder depende de criar ficções nelas. Desde a Idade da Pedra,
mitos que se autorreforçavam serviram para unir coletivos humanos. Realmente o
Homo sapiens conquistou esse planeta graças, acima de tudo, à capacidade
exclusiva dos humanos de criar e disseminar ficções. Somos os únicos mamíferos
capazes de cooperar com vários estranhos porque somente nós somos capazes de
inventar narrativas ficcionais, espalhá-las e convencer milhões de outros a
acreditar nelas.”-Yuval Noah Harari.
Sempre
que políticos começarem a falar em termos místicos, tenha cuidado. Podem estar tentando
disfarçar e desculpar sofrimento real, escondendo-o sob palavras grandes e
incompreensíveis. Em especial, tenha cuidado com as seguintes quatro palavras,
sacrifício, eternidade, pureza, redenção. Se ouvir qualquer uma delas, faça
soar o alarme. E se caso você vive num país cujo líder diz rotineiramente
coisas como “Seu sacrifício vai redimir a pureza de nossa nação eterna”- saiba
que você está em grandes apuros.
Gil Mário
Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana / 2020