segunda-feira, 15 de março de 2010

Quatro Vitrines Feirenses no Boulevard Shopping

Gil Mario- "Vegetação Brasileira XI", 100x100cm, ast, 2010

O Boulevard Shopping Feira abre dia 17 de março, às 19 horas, mais uma “Vitrine da Arte Boulevard”, com a exposição “Quatro Vitrines Feirenses”. Nesta 2ª edição do projeto participam os artistas Luiz Humberto de Carvalho, César Romero, Juraci Dórea e Gil Mário, com cinco obras de cada, entre esculturas e pinturas apresentando o que fazem de melhor nestes últimos 40 anos de profissão. Foram convidados pela extensa carreira profissional, testada em centenas de exposições e representando constantemente as artes plásticas na cidade de Feira de Santana e em outras plagas.
Luiz Humberto também curador da mostra é feirense de nascimento e arquiteto de profissão. Atualmente, agrega o que aprimora desde 1950 como atividade nata: as artes plásticas. Suas esculturas inovadoras engrandecem parques, jardins e museus nacionais. César Romero é médico, escritor e crítico de arte da ABCA. Mas é como autodidata nas artes plásticas que transmuta a Bahia em linha, forma e cor. Feirense desde 1950 fez suas “Faixas Emblemáticas” tramitar nacionalmente e internacionalmente entre galerias, museus e espaços culturais do mundo. Gil Mario é feirense há 62 anos e teve sua formação acadêmica através da Escola de Belas Artes da UFBA. Ostenta em seu currículo 24 exposições individuais e 95 coletivas. Seu trabalho mais importante é o “Monumento ao Caminhoneiro” em Feira de Santana. Juraci Dórea é feirense de nascimento (1944) e diplomado em Arquitetura pela UFBA. Como artista plástico, atua profissionalmente desde a década de 60. Sua forte ligação com o sertão prioriza formas da civilização do couro, marca registrada nos trabalhos espalhadas nos quatro cantos do mundo artístico, onde importantes premiações valorizam sua obra.
Uma bela iniciativa da equipe do Boulevard Shopping que sempre está valorizando o feirense com cultura, arte e lazer
 Publicado no Jornal Folha do Estado
Coluna Artegaleria de autoria de Ligia Motta/ Feira de Santana/2010

quarta-feira, 10 de março de 2010

Monumento a Georgina Erismann




Foto de ACM: Monumento a Georgina Erismann, de autoria do artista plástico Gil Mário

Esta escultura, intitulada “Liberdade de uma poetisa” pelas formas de asas alçando vôo, registra a criação mais enaltecida de Georgina quando elaborou o Hino a Feira de Santana.
Uma homenagem idealizada pelo Prefeito José Ronaldo de Carvalho que foi plantada na Avenida João Durval Carneiro no dia 02 de dezembro de 2008 em frente ao Shopping Boulevard demonstrando que Feira tem memória e retribui aos seus benfeitores, dando exemplo para futuras gerações.
O projeto é do artista plástico Gil Mário e tem as seguintes dimensões: altura 5.60m x largura 2.00m x comprimento 1.10m. Constam na parte inferior da escultura o Hino a Feira de Santana e o nome Georgina Erismann vazado na chapa.
Em 1927, Georgina formou-se em Magistério, sendo designada professora de música e canto da Escola Normal de Feira de Santana onde hoje, o prédio de 1916, instala o Museu Regional de Arte. Das atividades artísticas, consta a formação de um coral composto de alunas que em datas comemorativas faziam apresentações cantando hinos e composições da musicista. Já em 1928 faz o lançamento do hinário, e distribui com as alunas apresentando no primeiro aniversário da Escola Normal, sob sua regência o hino a Feira. As datas cívicas eram sempre comemoradas com sua participação.
Poetisa, declamadora, musicista, compositora, professora, pianista natural de Feira de Santana, filha de Camilo de Mello Lima e Leolinda Barcelar de Mello Lima. Georgina nasceu em 27 de janeiro de 1893, recebendo o nome na pia batismal de Georgina de Mello Lima.
Ao contrair matrimônio – 1926 – com o engenheiro Walter Tudy Erismann um dos hospedes da famosa Pensão Universal de seus pais, passa a assinar o nome artístico de Georgina Erismann. Coincidentemente o casamento foi realizado em oratório particular na residência da família Fróes da Motta tendo como padre Mário Pessoa – o casarão recentemente recuperado foi restaurado pela Fundação Senhor dos Passos e entregue ao feirense em noite festiva e admirável (2008).
O edifício Mandacaru, na Rua Conselheiro Franco era onde funcionava a antiga Pensão Universal. Outro prédio importante em sua trajetória artística foi o Cine Teatro Santana, localizado na Rua 24 de Maio esquina com a Rua Conselheiro Franco. Possuía um bom palco, camarins e vários camarotes. Nele foram exibidos grandes filmes. Várias apresentações filarmônicas, companhias teatrais, artistas da terra, campanhas políticas e etc.
Um sonho de Georgina, a Escola de Música já consolidada é transferida para o Ginásio Santanópolis onde aconteceu um ato solene no dia 01 de agosto de 1939.
Um festival magnífico pela variedade, pelo valor e pela excelente execução dos números, solenizou a instalação da Escola Oficial de Música de Feira no bem reputado estabelecimento de ensino que era o Ginásio Santanópolis.
Georgina teve que se transferir para o Rio de Janeiro e ao despedir-se proferiu um discurso solene onde faz alguns agradecimentos; em determinado trecho diz: “obedecendo ao destino, dentro de alguns meses terei de partir. E, nesta emergência de pleno acordo com a Diretoria do Instituto de Música da Bahia, convidei o nosso ilustre conterrâneo, Dr. Áureo de Oliveira Filho para substituir-me na direção da Escola de Música de nossa terra. Feirense entusiasta, espírito fulgurante, animador de todas as manifestações culturais, talento propenso aos grandes acometimentos e empresas audaciosas, tendentes ao engrandecimento de nossa Terra, julgo que foi muito bem escolhido o Dr. Áureo de Oliveira Filho para Diretor da Escola de Música.” Desta forma, Georgina se despede de Feira de Santana.
Essa pesquisa teve como fonte o Livro do escritor Carlos Alberto de Almeida Mello. A homenagem deve-se a persistência do Prefeito José Ronaldo de Carvalho em registrar e resgatar a memória das ilustres personagens feirenses que contribuíram para o engrandecimento desta Terra.

Por Ligia Motta
Critica de Arte do Jornal Folha do Estado/2008

terça-feira, 2 de março de 2010

O AFRO-BRASILEIRO NA PINTURA DE GIL MÁRIO


O artista plástico Gil Mário vem apresentando nas últimas exposições individuais, coleções temáticas por sugestões de galeristas, ou por necessidade de materializar o resultado das pesquisas envolvendo religiosida-de, forma, criatividade com característica própria e inédita.
Gil evolui, a cada conjunto apresentado, surpreendendo a crítica e destacando-se quando concorre a sele-ções públicas, como no caso da Caixa Cultural em Salvador, e agora em São Paulo-SP, na próxima exposição individual de número 21, além das 82 coletivas, sem fugir da maneira peculiar da abstração formal, a qual vem pontilhando sua criação pictórica.
Os projetos da Caixa Cultural são pleiteados por mais de mil artistas por espaço. De certa forma, os contem-plados são duplamente valorizados: pela intensa busca de seus concorrentes e pelo reduzidíssimo número de artistas selecionados.
Esta exposição que será realizada na Caixa Cultural, consta de 25 trabalhos distribuídos em telas de 50x50cm até 100x100cm, demonstrando o amadurecimento da criação plástica do artista, onde revela versatilidade e profusão de movimentos no colorido preferencial, envolvendo simbologias do sincretismo religioso afro-brasileiro, de maneira pós-modernista e sem o estereotipo das figuras tradicionais do Candomblé baiano. Certamente, marcará o estilo de maneira madura de um artista que versou sobre inúmeros temas durante seus 31 anos de exposições, o que poderia até, ter dificultado a identidade artística de sua obra.
Gil Mário tem sua base de produção “Atelier” em Feira de Santana, onde reside há 50 anos. Sendo um a-mante da cultura na cidade, tornou-se fundador do Instituto Histórico e Geográfico como membro do Con-selho Fiscal e da Academia de Letras e Artes. Dirige o Museu Regional de Arte e em 2005 recebeu o título de Ordem Municipal do Mérito de Feira de Santana, como membro regular, na classe de Oficial. É professor titular da Universidade Estadual de Feira de Santana desde a sua fundação em 1976.
Este é o momento de um incansável batalhador cultural, quando se refere à valorização das artes plásticas em Feira e no estado da Bahia.
LÍGIA MOTTA
Crítica de Arte do Jornal Folha do Estado da Bahia
Feira de Santana/2006